O novo presidente americano

Já lá vão quase 22 meses desde que eu escrevi este post. Na altura parecia-me uma coisa de facto improvável, apesar de ser algo que me entusiasmava de facto muito....
Em Setembro de 2006, o meu irmão foi a um congresso nos Estados Unidos. Na altura, pedi-lhe que ele me trouxesse o livro "the audacity of hope". Tinha visto o famoso discurso de Barack Obama na convenção democrática em 2004, e daí para cá vinha seguindo a calma e discreta carreira do senador do Illinois em washington. Não sei porquê, mas não me tinha dado para pegar no primeiro livro dele "Dreams from my father", mas tive vontade de ler aquele.
Quando peguei no livro e o comecei a ler, li de uma vez 3 capítulos. É importante dizer que se trata de um livro de oratória, não de um romance ou de um policial, em que Obama mostra a sua visão do American Dream.
Nessa altura disse lá em casa "este senhor vai ser o próximo presidente dos Estados Unidos".
Disse-o da boca para fora. Achava quase impossível que ele se candidatasse, quanto mais que ganhasse. Mas foi mais um desejo do que uma convicção.
Quem me conhece um pouco, sabe que eu gosto de discutir política. Não a política de café, do "são todos uns gatunos, "gostam é todos de poleiro", "aquilo é tudo igual", ou o meu candidato é mais bonito e menos maricas do que o teu.
Gosto de ter uma boa conversa sobre política. Considero-me uma pessoa de esquerda. Moderada mas de esquerda. Acredito que o estado serve para alguma coisa. Que não é a solução certa dar toda a iniciativa ao sector privado, enquanto o governo espera de fora. Acho que o estado serve para mais do que manter o exército, ou do que construir auto-estradas.O estado deve ser social, e deve ser onde o mais pequeno encontra uma oportunidade para ser maior.
Compreende-se que goste do Obama, pensando assim. Mas o que me faz admirar mais o novo presidente-eleito americano é mais do que isso.
Eu acho que o chefe de estado tem como uma das suas funções principais elevar o país que dirige. Fazer quem lá está acreditar que tempos melhores se seguirão. Não com mentiras, não com enganos, mas com esperança. Foi um presidente democrata que disse "ask not what your country can do for you, but ask what you can do for your country", e foi a forma como o disse que o fez ficar na história.
Não é uma qualidade, ou uma virtude palpável. É uma sensação.A sensação que se tem ao ouvir o discurso de vitória do Obama,o seu infomercial de 30 minutos da semana passada, o tal discurso da convenção democrata ou o discurso sobre raça que fez em philadelphia.
Os americanos usam muito uma expressão em latim que descreve aquilo que um candidato deve ter, mas provocar aquilo de que estou a falar. Gravitas.


A minha série de televisão preferida de todos os tempos é "the west wing". Como disse, no meu outro post o "amigo desaparecido", as minhas expetactivas para uma presidência Obama serão muito semelhantes às de uma presidência Bartlet.

Uma bailarina Russa para cada português, um móvel BESTA para cada sala...

Não deve haver muitas visões mais estranhas do que a que eu tive ontem: Manuel João Vieira no ... IKEA

a ilustração do ponto 1 do meu post anterior....

Então e o Europeu?

Perguntam vocês: Ó Bruno o que é que tu tens achado do europeu (ou então não, e isto sou sói eu a falar de mim próprio na 3ª pessoa) ?

Ora então aqui vão as minhas opiniões:

1: é impressão minha, ou de entre 16 selecções nós temos de longe o guarda-redes mais fraco?
2: é impressão minha, ou a holanda se jogasse outra vez os seus jogos contra a itália e a frança, nunca os voltava a ganhar (sequer, quanto mais golear)?
3: é impressão minha ou os 65 anos do makelele já pesam um pouco?
4: é impressão minha ou o guarda-redes da republica checa no domingo fez-me lembrar alguém?
5: é impressão minha, ou o gajo que levou a holanda às meias finais em 200, a coreia do sul às meias-finais (!!!!) em 2002, a austrália ao mundial e depois aos oitavos de final (onde só foi eliminada com um penalti manhoso aos 95 minutos) em 2006, a rússia ao europeu (eliminando a inglaterra) e depois aos quartos em 2008, dava um seleccionador do caraças para a nossa selecção?
6: é impressão minha ou o quaresma e o miguel velosos esqueceram-se de entrar em campo contra a suíça?

Enfim, e agora perguntam vocês: então e quem achas que vai ganhar Bruno?

Pois bem, como o Nunes no mundial de 2006 provou ter qualidades psíquicas, eu também quero tentar:

Quartos de final: Acho que vamos ao ar com a alemanha, a turquia elimina a croácia nos penalties; a holanda elimina a rússia e a itália a espanha
Meias-finais: a alemanha ganha à turquia e a itália à holanda
final: a itália ganha 2:1 à alemanha (golos do pirlo; toni e ballack)

Viva la vida...

Ora pois bem, ouvi hoje pela primeira vez o novo álbum dos coldplay. Duas vezes.
Lembro-me de quando saiu o segundo album deles "a rush of blood to the head" ter falado com o nuno e ede ele me ter dito "é bom, mas não é nenhum OK Computer". A minha resposta foi que era natural que assim fosse. Os Radiohead também demoraram tempo até lá chegar.
Pois bem, qual não foi o meu entusiasmo quando comecei a ver as comparações que eram feitas entre o novo álbum da banda do Chris Martin e o fabuloso disco dos Radiohead, e até com o Achtung Baby dos U2 (que partilha com o Viva la Vida o mesmo produtor-Brian Eno...).
Bem, depois de ouvir o álbum, acho que é absolutamente o melhor album dos Coldplay e o primeiro album deles que funciona bem como album inteiro. Ouve-se de uma ponta a outra, e de cada vez que se ouve (no meu caso duas...) descobrem-se muitas coisas novas.
Mas tem grandes singles, para um gajo cantar com a miúda, ou para ter como toque de telemovel durante 5 anos seguidos? Não tem não senhor, mas talvez seja por isso que é tão bom...
Mas é mesmo tão bom como o OK Computer? Eh pá, aí alto e pára o baile... Talvez o álbum cresça depois de se ouvir muitas vezes, mas aí não chegamos...
é que o OK Computer é um álbum declaradamente sombrio, mas sombrio de uma forma deliciosa. Torturado, mas de uma forma saudável. Viva la vida, é também um álbum sombrio, não há cá "yellows" ou "don't panic".
Acho que a grande diferença é que um gajo inglês bem parecido e casado com a Gwyneth palthrow nunca conseguirá dizer que é sombrio e torturado como um gajo inglês atarracado e vesgolho, e esperar que a gente concorde... Mas isso é só a minha opinião, e viva la vida eé um disco do catano...

Outros dos motivos pelos quais o senhor que faz de Gregory House é brilhante:

Será que escrever ajuda?

Ontem eram cerca de 23:30 da noite quando estava a dar o resumo do Egipto-Angola... Estava o Egipto a ganhar 1-0 quando um rapaz que o Man Utd descobriu em Angola chamado Manucho pega na bola e faz um golo fabuloso a 30 metros da baliza...
Virei-me para o lado para comentar o golo com o meu pai, mas ele não estava lá. E, provavelmente nunca mais vai estar... E doeu, daquela maneira cínica e inesperada, como só as coisas simples fazem doer...
Talvez um dia a lágrima que me corra pela cara seja de uma saudade diferente...Talvez um dia...
Agora só o queria ter de volta pai... Agora só queria não ter de o ver assim, pai... E doeu muito...

E pronto, passados escassos 5 meses cá volto a escrever neste blog. A vontade não é muita, mas como olhando em perspectiva também não sei bem porque é que já não escrevo há tanto tempo, assim como assim, mais vale dizer qualquer coisa...
Qualquer coisa. Já está...
Daqui a pouco escrevo mais. Ou então talvez não, e até daqui a 5 meses...

Há dias assim. Que começam de noite e acabam já bem entrado o dia...
Há dias assim, em que se podem passar mil e uma coisas mas em que tudo parece passar a acelerar...
Há dias assim, em que nos podem perguntar o que é que se passa, se estamos bem ou se estamos mal, e não sabemos o que responder...
E depois pego no telemóvel e oiço-te... Não estás a falar comigo, mas ão importa... Aqueles 30 segundos são um pedacinho de céu... Como eu não me canso de dizer que tu és.
E agora, desculpa, obrigado e até amanhã.
Nos dias assim e também nos outros... Desde que seja todos os dias...