Chagas que não saram...

quarta-feira, novembro 05, 2008

O novo presidente americano

Já lá vão quase 22 meses desde que eu escrevi este post. Na altura parecia-me uma coisa de facto improvável, apesar de ser algo que me entusiasmava de facto muito....
Em Setembro de 2006, o meu irmão foi a um congresso nos Estados Unidos. Na altura, pedi-lhe que ele me trouxesse o livro "the audacity of hope". Tinha visto o famoso discurso de Barack Obama na convenção democrática em 2004, e daí para cá vinha seguindo a calma e discreta carreira do senador do Illinois em washington. Não sei porquê, mas não me tinha dado para pegar no primeiro livro dele "Dreams from my father", mas tive vontade de ler aquele.
Quando peguei no livro e o comecei a ler, li de uma vez 3 capítulos. É importante dizer que se trata de um livro de oratória, não de um romance ou de um policial, em que Obama mostra a sua visão do American Dream.
Nessa altura disse lá em casa "este senhor vai ser o próximo presidente dos Estados Unidos".
Disse-o da boca para fora. Achava quase impossível que ele se candidatasse, quanto mais que ganhasse. Mas foi mais um desejo do que uma convicção.
Quem me conhece um pouco, sabe que eu gosto de discutir política. Não a política de café, do "são todos uns gatunos, "gostam é todos de poleiro", "aquilo é tudo igual", ou o meu candidato é mais bonito e menos maricas do que o teu.
Gosto de ter uma boa conversa sobre política. Considero-me uma pessoa de esquerda. Moderada mas de esquerda. Acredito que o estado serve para alguma coisa. Que não é a solução certa dar toda a iniciativa ao sector privado, enquanto o governo espera de fora. Acho que o estado serve para mais do que manter o exército, ou do que construir auto-estradas.O estado deve ser social, e deve ser onde o mais pequeno encontra uma oportunidade para ser maior.
Compreende-se que goste do Obama, pensando assim. Mas o que me faz admirar mais o novo presidente-eleito americano é mais do que isso.
Eu acho que o chefe de estado tem como uma das suas funções principais elevar o país que dirige. Fazer quem lá está acreditar que tempos melhores se seguirão. Não com mentiras, não com enganos, mas com esperança. Foi um presidente democrata que disse "ask not what your country can do for you, but ask what you can do for your country", e foi a forma como o disse que o fez ficar na história.
Não é uma qualidade, ou uma virtude palpável. É uma sensação.A sensação que se tem ao ouvir o discurso de vitória do Obama,o seu infomercial de 30 minutos da semana passada, o tal discurso da convenção democrata ou o discurso sobre raça que fez em philadelphia.
Os americanos usam muito uma expressão em latim que descreve aquilo que um candidato deve ter, mas provocar aquilo de que estou a falar. Gravitas.


A minha série de televisão preferida de todos os tempos é "the west wing". Como disse, no meu outro post o "amigo desaparecido", as minhas expetactivas para uma presidência Obama serão muito semelhantes às de uma presidência Bartlet.

3 Comments:

  • Empresta-me a 6ª série...

    By Blogger Mike, at 2:11 da tarde  

  • Para isso vais ter de a pedir ao mesmo amigo ausente que fez o anterior comentário sobre o presidente bartlet... E já agora pergunta-lhe também pela 7ª...

    By Blogger Farináceo, at 1:40 da tarde  

  • Estive um bocadinho ao lado, mas quase que acertei no nº da série...
    Para quando uma cafezada?!

    By Blogger Mike, at 8:34 da tarde  

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